Palestra no Museu de Antropologia aborda arte religiosa paulista

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O artista plástico Magela Borbagatto, que ministrará a palestra na noite desta quinta-feira. Foto: Valter Pereira/PMJ

O artista plástico Magela Borbagatto realiza nesta quinta-feira (10), às 19h, no Museu de Antropologia do Vale do Paraíba, a palestra “Paulistinhas, um elo entre o Vale do Paraíba e Portugal”. Entrada gratuita. O Museu fica na rua XV de Novembro, 143, Centro.

As peças sacras intituladas “Paulistinhas” são imagens de santos que trazem esse nome pela origem ser do estado de São Paulo. Feitas por artesãos nos séculos 17 e 18, de madeira ou barro policromado, as Paulistinhas variam de 10 a 20 centímetros. Muitos artesãos não tinham referência de como eram os rostos dos santos e muitos deles se inspiravam em seus próprios familiares.

Segundo o artista, a palestra tratará das semelhanças e possível origem de estilo entre as Paulistinhas do século19 com a tradição barrista de Estremoz/Portugal.

Borbagatto esteve recentemente em Portugal para uma palestra sobre arte sacra e popular, com o tema “Influência de Estremoz na Arte Religiosa Paulista do Séc. XIX no Brasil”, acerca da pesquisa que deve publicar sobre as “paulistinhas”, cuja provável origem de estilo foi na cidade portuguesa Estremoz.

“Tendo permanecido 25 dias naquela cidade, pude averiguar que as semelhanças são grandes e que portanto podemos sim dizer que a arte estremocense influenciou o início da produção das Paulistinhas no final do século 18. Algumas dúvidas foram esclarecidas, e outras muitas reflexões surgiram acerca dessas preciosas imagens de culto popular do Vale do Paraíba”, avalia.

Mestre – Magela recebeu em 2013 o prêmio de Mestre da Cultura Popular Brasileira – “Prêmio Culturas Populares – Edição 100 anos de Mazzaropi”, concedido pelo Ministério da Cultura como reconhecimento pela contribuição à cultura do País.

Magela Borbagatto é natural de Jacareí. O interesse pelas artes plásticas começou logo aos 12 anos, quando participou de uma mostra de artesanato popular em Santa Branca. “A partir deste primeiro contato fui me interessando pelo assunto e o lazer se tornou profissão”, diz o artista.

Autodidata, nesses 30 anos dedicados à cultura popular, Borbagatto especializou-se em cerâmica figurativa em figuras de barro, com destaque para as paulistinhas.

Trabalhou em projetos socioeducativos e socioculturais, deu palestras sobre a arte popular brasileira na Universidade Católica de Valparaíso – Chile, participou, e foi premiado em vários salões de Presépios dos estados de São Paulo e Paraná, tendo também participado na exposição de “Presépios do mundo todo”, em Paris – França.

(Rosana Antunes/PMJ)