Pastora Silvia Alves da Costa
* 07/07/1933
+ 19/04/2024
Nascida na cidade de Mogi Mirim-SP, em 1933, Silvia foi uma esposa fiel, dedicada, conselheira, amiga, hospitaleira e uma mãe presente na vida dos filhos.
Filha de Benedita Alves, Silvia começou a trabalhar cedo, aos 13 anos, como tecelã em São Paulo. Casou-se aos 18 anos de idade com o Reverendo Pastor Manoel José da Costa, com quem permaneceu casada por 73 anos. Teve 8 filhos, 23 netos, 20 bisnetos e 5 tataranetos.
Foi missionária e dedicou sua vida à propagação da fé, atuando em diversas cidades do interior e da grande São Paulo ao lado de seu esposo.
Na década de 1970, foi acolhida pela cidade de Jacareí, onde permaneceu até encerrar seus dias de vida, em 2024.
Participou ativamente ao lado do marido no pastoreio, na fundação, construção e na inauguração de mais de 300 igrejas, sendo 50 delas na cidade de Jacareí.
Liderou o grupo de senhoras e o grupo de Círculo de Oração por muitos anos.
Mulher de fé, orava pelas pessoas e muitas delas puderam presenciar milagres acontecer em suas vidas.
Era declamadora de poesias e tinha uma voz linda, cantava contralto.
Exímia cozinheira, fazia deliciosos doces e era admirada por todos que tiveram o privilégio de conhecer seus dotes culinários. Sua especialidade era carne de panela com batatas douradas.
Suas características mais marcantes foram o amor ao próximo, o cuidado com os menos favorecidos, a fidelidade às amizades e o zelo com os filhos.
Hospitaleira, recebia com muita alegria amigos, membros da igreja, cantores, pastores, empresários e autoridades políticas.
Tinha uma alegria enorme em viver e não se deixava abater pelos problemas de saúde. Apesar de ter sido desenganada pela medicina quando tinha 60 anos, viveu mais 30 anos depois disso.
Mesmo com pouco estudo, era uma mulher muito sábia: aconselhava adolescentes, jovens, adultos e idosos, além de muitos casais com problemas conjugais.
Um de seus trabalhos mais memoráveis aconteceu quando ela assumiu a coordenação da Assistência Social da Igreja Assembleia de Deus, no final de 1977. Nessa época, os recursos eram precários, a comunidade era muito carente e havia muito por fazer.
Em sua administração, ajudou muitas pessoas em situação de vulnerabilidade social a realizar o sonho de se casar na igreja. Com o recurso arrecadado por Silvia, a noiva ganhava o vestido, o noivo, o terno e as damas de honra a sua roupa. Uma pequena cerimônia religiosa era organizada, com um bolo para a família incluso. Foram mais de 50 casamentos realizados em Jacareí e nas cidades vizinhas.
Silvia também era procurada por pessoas que necessitavam de cesta básica, medicamentos, consultas médicas e equipamentos como cadeiras de rodas, muletas, materiais de curativo, enxovais para recém nascidos e dieta para esse período difícil. Com os recursos angariados pela Assistência Social, a igreja oferecia suporte a esse grupo até que a situação dessas pessoas melhorasse.
Se necessário, a pastora Silvia oferecia o carro da própria família para socorrer os doentes, levar gestantes ao hospital e buscar no ato da alta hospitalar.
Muitas casas em situação de calamidade foram reformadas com recursos adquiridos por uma comunidade sempre disposta a ajudar. Em meados dos anos 2000, Silvia fez um convênio junto à Funerária Campo Santo, que permitia às pessoas da igreja passar por consultas médicas com 50% de desconto; em caso de óbito, na época todos podiam usufruir do plano funerário, pois abrangia toda a comunidade evangélica.
Diversas famílias que estavam desalojadas foram acolhidas por Silvia em seu próprio lar. Sempre havia um cantinho, um cômodo na casa ou nos fundos em que ela recebia pessoas, com a missão de ajudá-las a se reerguer e se reestabelecer na sociedade.
Todos os sábados, eram oferecidos alimentos para moradores de rua em frente à sua própria casa. Havia, também, uma equipe que cuidava da higiene dessas pessoas, levando-as a um espaço próprio na igreja, onde elas tinham direito a banho e corte de cabelo.
No final do ano, todas as viúvas ganhavam tecidos e calçados e as crianças brinquedos para um natal mais feliz.
Ainda hoje, Silvia é lembrada pela iniciativa “Coração do Amor”, que angariava recursos em dinheiro. Um cartão em formato de coração era entregue a voluntários que contribuíam mensalmente. Esse recurso era usado para o pagamento de contas de água, luz, aluguel e compra de remédios.
Os idosos também não ficavam desamparados. Os que não tinham família eram encaminhados a uma casa de repouso. Os que estavam próximos da aposentadoria eram levados ao médico e recebiam auxílio na busca dos laudos, até que saísse a aposentadoria.
Silvia visitava constantemente as pessoas doentes e sempre levava um presente ou uma cesta básica para as pessoas carentes. Parou aos 80 anos, quando foi acometida de uma doença e ficou 8 anos numa cama. Ao se recuperar, porém, uma das primeiras coisas que fez foi voltar a fazer visitas.
Dedicada, humana e empática – assim era a pastora Silvia. Até hoje, muita gente na igreja fala que seu abraço era o melhor e que seu olhar era sempre justo. Uma grande dama, que conquistou o amor de todos que a conheceram e que tiveram o privilégio de ter feito parte de sua trajetória.