Eliomar da Silva Pinto

Eliomar da Silva Pinto

*29/05/1969
+16/08/2020

Eliomar da Silva Pinto nasceu no estado do Pará, no dia 29/05/69. Casado e pai de 6 filhos, sua vocação era tomar conta de gente – seja com os olhos, com as mãos, ou com o coração.

Em Jacareí, Eliomar realizou conquistas importantes, começando com sua primeira experiência profissional, como auxiliar de enfermagem na Unidade de Saúde do Parque Meia-Lua. Posteriormente, trabalhou no setor de ambulâncias e, por fim, no CAPS – Centro de Atenção Psicossocial. 

Depois de adiar por algum tempo o sonho de se formar como enfermeiro, Eliomar finalmente entrou para a faculdade, conciliando o trabalho com os estudos. Mesmo com a rotina cansativa de atender em duas unidades de saúde, Eliomar se tornou aluno de destaque na faculdade. Infelizmente, não conseguiu viver a tempo de pegar seu diploma. 

Eliomar foi uma pessoa incrível, um homem muito inteligente, com fome de conhecimento. Como profissional, era igualmente extraordinário: fazia o seu trabalho com amor, alegria e carisma. 

Uma cena comum em sua casa era receber a visita de pacientes dos quais ele havia cuidado em seu trabalho na UTI de um hospital particular da cidade. Dois desses episódios merecem destaque. O primeiro, o de uma senhora que havia ficado meses internada na UTI; quando se recuperou, fez questão de ir até a casa de Eliomar. Sua esposa lembra como se fosse hoje: ao sair para atender a senhora em seu portão, sua esposa a ouviu perguntar: “É aqui que mora a família de um anjo chamado Eliomar?”. Foram várias horas de conversa, gratidão e elogios ao seu esposo.

O segundo episódio do qual sua esposa se lembra é o de uma mulher que também havia ficado bastante tempo internada na UTI. Assim que teve alta e voltou para o quarto, ainda no hospital, a mulher pediu que Eliomar chamasse sua esposa para visitá-la. Ao chegar ao hospital, a mulher a abraçou, muito emocionada. Durante a conversa, ela revelou que houve um momento na UTI em que sentiu vontade de desistir da vida. Chamando Eliomar, pediu que ele a livrasse de tamanho sofrimento. Eliomar, então, fez um movimento como se fosse sair do quarto, deu a volta em seu leito e lhe deu um beijo na testa, dizendo que aquele era o remédio. Ele completou, trazendo conforto ao seu coração e dizendo que ela iria sair daquele lugar com vida e saúde – e foi o realmente aconteceu.

Eliomar nunca hesitou em prestar socorro a quem precisasse. Um exemplo disso foi quando ele presenciou um acidente de trânsito envolvendo um motociclista em São José dos Campos. Ele fez os primeiros socorros, chamou o resgate e permaneceu no local até que os paramédicos chegassem. Um mês depois, a vítima do acidente, que era escrivão de um dos cartórios de São José, achou o endereço da família e foi agradecê-lo pessoalmente.

Com a chegada da pandemia de covid-19, Eliomar não se acovardou e, como enfermeiro, fez parte da linha de frente no combate ao coronavírus. Nessa batalha, acabou contraindo a doença, da qual não conseguiu se recuperar. Faleceu aos 51 anos, deixando um legado de amor, dedicação e, acima de tudo, respeito pela vida.