A primeira Usina de Biodigestão da RM Vale, em Jacareí, deverá gerar energia a partir de 2018

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Visitantes durante apresentação da Usina de Biodigestão de Jacareí, hoje no Aterro Sanitário Municipal – Foto: Alex Brito/PMJ

O prefeito de Jacareí, Hamilton Ribeiro Mota, apresentou nesta sexta-feira (16) a dirigentes municipais da Região Metropolitana do Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira a Usina de Biometanização, também conhecida como Usina de Biodigestão, a primeira da RM Vale. A Usina, que tem capacidade para processar o lixo da cidade e também de outros municípios, deverá gerar energia já a partir de 2018.

A apresentação foi na área do Aterro Sanitário de Jacareí – Eco Parque Jacareí –, e contou com a presença do presidente da Enob Ambiental, Gerson de Grúttola, além do secretário de Estado do Emprego e Relações do Trabalho, José Luiz Ribeiro, prefeitos, o prefeito eleito Izaias Santana, o vice-prefeito eleito Edgar Sasaki, vereadores e secretários municipais. Também esteve presente a prefeita eleita de Potim, Erica Soler.

O gerenciamento dos resíduos sólidos em Jacareí foi a primeira PPP (parceria público-privada) do Brasil, feita em 2010. “Jacareí é uma cidade privilegiada. É a única do Vale e Litoral Norte com condições de recepcionar e tratar os resíduos sólidos. É totalmente automatizada, de origem alemã e parte italiana. A expectativa é implantar o sistema de geração de energia até 2018”, disse o presidente da Enob, Gerson de Grúttola.

Após o licenciamento de operação emitido pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), a Usina colocará em operação a primeira etapa de operação, que envolve pré-tratamento mecânico (triagem) e separação do lixo. “A Usina é algo de inovador para o Brasil e um projeto para a cidade que vai perpetrar por décadas. Vamos fazer do lixo um luxo, fazer do lixo um lucro para a sociedade”, disse o prefeito Hamilton Mota.

Após a apresentação, os convidados puderam conhecer as instalações da Usina acompanhados, além do presidente da Enob, do diretor de Tecnologia da Enob, Andrea Perruchod, e dos gerentes Osiris Gatti (Ambiental Jacareí) e Mayra Ferrari (usinas da Enob).

BIOGÁS – Atualmente cerca de 85% do lixo doméstico é enterrado e haverá redução de volume desse material com início de operação da Usina com a separação do lixo – gerando recursos para a cooperativa Jacareí Recicla. “Estivemos na Alemanha em 2012 acompanhados pelo dr. Klaus Fricke (Technische Universität Braunschweig) pra conhecer e trazer essa tecnologia de gestão de resíduos sólidos para Jacareí. A Usina de Biodigestão vai reduzir a quantidade de lixo no aterro para o mínimo e este resíduo não terá mais efeito no meio ambiente. E em muito pouco tempo a Usina vai gerar energia elétrica com o gás metano (biogás) produzido no processo. É uma solução ambiental. É o futuro”, disse Hamilton.

O secretário de Meio Ambiente, Altemir Almeida, explicou também que houve alteração da legislação do Plano Diretor do município para a cidade poder receber recursos pelo processamento do lixo de outros municípios. Apenas Jacareí produz uma média de 150 toneladas de lixo por dia e a expectativa de arrecadação com o processamento do lixo de outras cidades é de R$ 420 mil/mês.

A Câmara Municipal aprovou, em novembro, o projeto do Executivo que altera o Plano Diretor Municipal. A proposta aprovada agora permite que outros municípios utilizem o Eco Parque Jacareí mediante autorização municipal e pagando pelos serviços. Ao contrário do que alguns pensam, o objetivo não é enterrar o lixo das outras cidades aqui, e sim processar esse resíduo, evitando que seja enterrado, e também produzir energia”, disse Altemir.

De acordo com informações da Secretaria de Energia e Mineração do Estado de São Paulo existem apenas sete usinas de biogás em funcionamento em todo o Estado. A PPP de Jacareí foi firmada em 2010 com prazo de 30 anos e previsão de outros investimentos que ficarão na cidade.

TRIAGEM – O processo de separação (triagem) dos resíduos sólidos propicia que o lixo orgânico seja tratado e transformado em um composto orgânico (adubo). O material sólido separado será destinado à reciclagem ou utilizado como CDR (combustível derivado de resíduos).

No processo é permitido extrair o gás metano (biogás) e utilizá-lo para gerar energia elétrica para consumo próprio ou em caso de excedentes, vender para as concessionárias de energia. Já o adubo orgânico pode ser aproveitado em jardins e na agricultura. O processamento dos resíduos orgânicos prolonga a vida útil do aterro sanitário para 100 anos.

O conceito tecnológico desenvolvido para a Usina de Biodigestão de Jacareí atende aos mais elevados requisitos técnicos, o que garante padrões internacionais de sustentabilidade no que se refere à conservação dos recursos naturais, proteção ambiental e proteção do clima.

(Zé Júnior/PMJ)