Caminhada da Luta Antimanicomial reúne 250 pessoas em Jacareí

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Nesta sexta-feira (18), dia da Luta Antimanicomial, o centro de Jacareí ficou mobilizado pela luta por um tratamento psiquiátrico livre e humanizado. Aconteceu a caminhada da Luta Antimanicomial, que reuniu mais de 250 pessoas durante o trajeto entre o Parque da Cidade e o Parque dos Eucaliptos.

A caminhada simboliza o respeito e a dignidade que precisamos ter com esses pacientes psiquiátricos. A luta e muito importante para reforçarmos que o tratamento precisa ser em liberdade e o paciente pode escolher estar com a família”, afirma Andrea Batista, Gerente de Saúde Mental.

Com faixas, cartazes, camisetas e muita animação, o público presente se sensibilizava pela causa e entoavam cantos em prol da causa.

O paciente F. P. S. segura cartaz com frases a favor da luta

O paciente F. P. S. ficou em hospitais psiquiátricos por anos e hoje desenvolve seu tratamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II), onde pôde apresentar uma evolução muito maior com a humanização e socialização. “É muito importante essa luta, tratar depressão, transtornos bipolares, esquizofrênicos de um jeito mais humano. O CAPS nos oferece um auxilio técnico sem ter que nos prender. Quando eu saí do hospital e fui pro CAPS me senti muito melhor, desde o acolhimento já percebia a diferença”.

Participaram da caminhada pacientes dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), familiares, profissionais de saúde, estudantes de psicologia e outros interessados.

A estudante de psicologia Maiara Sondermann, que é de São José dos Campos e veio a Jacareí especialmente para a caminhada ficou feliz pela adesão à luta. “Precisamos continuar essa luta por essas pessoas que durante muito tempo foram tratadas de uma maneira indigna e que hoje podem receber esse olhar especial”, conclui.

Ao chegar no Parque dos Eucaliptos, além de apresentações culturais como sarau, dança cigana, declamação de poesias e coral, todos realizados por pacientes de saúde mental da cidade, teve a exposição de peças de artesanato confeccionadas durante oficinas terapêuticas dos CAPS.

O hospital não é caminho para o tratamento mental. Passamos séculos segregando os pacientes. Há 30 anos, com a luta e as políticas antimanicomiais, estamos vendo que é possível o tratamento e recuperação sem ter que prendê-los”, afirma Eliana Montenegro, diretora de Especialidades.

A caminhada contou com o apoio das secretarias de Esporte e Recreação e também Meio Ambiente, sem contar com a participação de servidores de diversas áreas pela causa. 

(Guilherme Mendicelli/PMJ – Cristina Reis/PMJ)