Literatura indígena é atração na Biblioteca Municipal

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A cidade de Jacareí, por meio da Fundação Cultural José Maria de Abreu, receberá nos próximos dias 22 e 23, em uma ação conjunta com a Secretaria Municipal de Educação, três atividades de indígenas que estarão no município mostrando suas culturas e artes através da literatura e do Rap/Hip-Hop.

Na noite do dia 22 serão duas atividades, uma às 19h na Biblioteca (localizada na Avenida Nove de Julho, Centro), como parte das iniciativas do Programa Cidade Leitora, com a realização da Roda de Conversa com o tema “Escritores Indígenas na Literatura Brasileira – a experiência vinda de Parelheiros”. O evento será com Olívio Jekupé, da Aldeia Krukutu e a mediação do jornalista Elton Rivas.

A outra, no mesmo dia 22, será às 21h, no Pátio dos Trilhos, com o jovem Kunumí MC (Jeguaká Mirim) que vai cantar suas letras de Rap no evento do ‘Circuito de Arte Urbana – Hip Hop’.

Na tarde do dia 23, Olívio e Jeguaká (pai e filho) estarão juntos, a partir das 16h, na Sala Mário Lago (Pátio dos Trilhos), contando algumas de suas histórias, livros e textos. Nos dois dias as atividades terão entrada gratuita para todas as idades.  Olívio Jekupé é escritor indígena do povo Guarani. Casado com Maria Kerexu, é pai de quatro filhos: Kerexu Mirim, Tupã Mirim, Jeguaká Mirim e Jekupé Mirim- todos moram na região extremo sul de São Paulo, Parelheiros, na Aldeia Krukutu.

Jekupé começou a escrever em 1984. Iniciou o curso de filosofia na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em 1988. Foi professor do ensino fundamental em um período da sua vida. Mudou-se mais tarde para São Paulo, onde retomou os estudos na USP. Participa de palestras no Brasil e no exterior.

Tem diversos livros publicados por diferentes editoras brasileiras, 16 obras com maior destaque, alguns deles tanto em Guarani quanto em Português e outros até mesmo traduzidos na Itália.

Jeguaká é filho do Jekupé, tem 17 anos, no RAP e Hip Hop é conhecido pelo nome artístico de Kunumi MC. Muitos cantores famosos já gravaram com ele, tendo a parceria com o Criolo como a de maior destaque. Antes de estrear na música, Kunumi também publicou dois livros.

Na Copa do Mundo de Futebol de 2014, no Brasil, Jeguaká teve destaque em dobro: participou da abertura e ao se posicionar a favor da demarcação de terras indígenas, passou a ser conhecido internacionalmente.

Seus videoclipes têm exibições em outros países e recentemente foi lançado um documentário holandês retratando sobre sua atuação social, política, artística e cultural.

(Marta Fernandes/PMJ – Fotos: Alex Brito/PMJ)